Motorista de ônibus é baleado enquanto trabalhavfona em São Gonçalo
Enviado por: Redação fonte: O São Gonçalo
Dídio foi levado para o Hospital Estadual Alberto Torres para a retirada do projétil.
Foto: Sandro Nascimento
Por Thuany Dossares e Gustavo Carvalho
“Ele estava trabalhando e levou uma bala na cara. Não temos mais segurança. Saímos de casa sem saber se iremos voltar”, afirmou a técnica em enfermagem Monique Soares de Freitas, de 41 anos, resumindo o drama vivido pelo irmão, o motorista de ônibus Dídio Soares de Freitas, 47.
Ele dirigia um ônibus da Viação Icaraí – que faz a linha 55A (São Lourenço x Alcântara) – pela Estrada das Palmeiras, no Complexo do Salgueiro, quando cruzou com o ‘Caveirão’ do 7ºBPM (São Gonçalo), no momento em que traficantes atiravam contra ele, por volta de 6h30.
Um dos disparos atingiu o queixo do motorista, que seguia para sua primeira viagem e não transportava nenhum passageiro no momento do incidente.
Dídio foi socorrido por um colega de profissão e levado para o Pronto Socorro São Gonçalo (PSSG), onde recebeu os primeiros socorros. Em seguida, ele foi transferido para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê, para retirada do projétil que ficou alojado na nuca. Segundo a Scretaria Estadual de Saúde, ele encontra-se internado com estado de saúde estável.
“O ‘Caveirão’ estava saindo quando começou o tiroteio. Não sei quanto tempo durou, mas foram muitos tiros. Não pensei em outra coisa a não ser socorrê-lo, pois poderia ter ocorrido comigo. Nós trabalhamos nessa adrenalina todos os dias. Estamos fazendo nosso serviço e, de repente, começa tiroteio”, desabafou o motorista, que preferiu o anonimato.
Logo após o episódio, profissionais do transporte rodoviário, que também estavam no Salgueiro no momento do tiroteio, estacionaram os veículos na comunidade e seguiram para o hospital em solidariedade ao colega. Durante a manhã, os ônibus chegaram a parar de circular na região.
Em nota, o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Niterói (Sintronac), Rubens dos Santos Oliveira, lamentou o fato.
“Isso mostra a fragilidade que os rodoviários encontram em relação à segurança. O sindicato vai reforçar ações junto ao poder público pra que haja uma maior sensibilidade na proteção aos rodoviários que atuam em benefício da população. Afinal, um trabalhador que atua em favor da população não pode ter sua vida ameaçada”, comentou.
“Isso mostra a fragilidade que os rodoviários encontram em relação à segurança. O sindicato vai reforçar ações junto ao poder público pra que haja uma maior sensibilidade na proteção aos rodoviários que atuam em benefício da população. Afinal, um trabalhador que atua em favor da população não pode ter sua vida ameaçada”, comentou.
De acordo com o comandante do 7ºBPM, tenente-coronel Almyr Cabral, não houve operação do batalhão no conjunto de favelas. Apenas o blindado da unidade dava apoio a uma ação do Grupo de Apoio à Promotoria (GAP), do Ministério Público.
“O GAP realizava um levantamento de endereços relativos a crimes ambientais. Não houve confronto e nenhum disparo foi efetuado pelos PMs. O blindado foi atacado pelos bandidos, mas não houve reação”, esclareceu o oficial.
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