segunda-feira, 20 de julho de 2015

Notícia Histórica!

Cuba reabriu embaixada que estava fechada há meio século nos Estados Unidos

Embaixada cubana estava fechada desde janeiro de 1961, após uma ruptura das relações diplomáticas entre ambos (os Países)

Centenas de americanos e cubanos verão nesta segunda-feira a bandeira cubana no céu de Washington em frente à mesma embaixada que fechou as portas há mais de meio século, em um prédio centenário que sobreviveu a décadas de inimizade política e dificuldades econômicas.



Funcionários do Departamento de Estado dos Estados Unidos adicionam bandeira de Cuba à entrada do prédio, em Washington
Foto: Paul. J. Richards / Getty Imagens
Fonte:o Terra 
Um novo mastro para içar a bandeira, um jardim renovado e um muro recém-pintado darão as boas-vindas aos 500 convidados americanos e aos 30 membros da delegação cubana que assistirão à histórica cerimônia de reabertura da embaixada de Cuba em Washington.
Embora a mansão em estilo francês tenha perdido a categoria de embaixada em janeiro de 1961, após a ruptura de relações diplomáticas, desde 1977 funcionou como Escritório de Interesses de Cuba em Washington, sob a proteção do governo tcheco e depois do suíço.
A placa que se refere agora à Suíça na entrada do edifício dará lugar nesta segunda-feira a um cartaz de "Embaixada de Cuba", a tempo para a visita de Bruno Rodríguez, o primeiro chanceler cubano que visita oficialmente Washington desde 1959.
As centenas de convidados para a cerimônia desta segunda-feira abarrotarão o hall da mansão, onde há uma enorme escada de mármore e é enfeitado com os escudos das seis províncias em que Cuba estava dividida quando o edifício foi construído, em 1916.
Comparada com o imóvel cinza de sete andares que se transformará na segunda-feira na embaixada americana em Havana, a futura missão cubana é uma construção pequena, embora sua elegante fachada confira a ela o ar imponente das grandes mansões de Washington.
A mansão começou a ser erguida em 1916, quando o governo cubano contratou a firma local MacNeil & MacNeil para projetar sua delegação nos EUA, um status inferior ao de embaixada que era aplicado quando o chefe da missão tinha categoria de ministro e não de embaixador.
Um ano depois a diplomacia cubana se instalou na mansão de estilo neoclássico, uma corrente pouco habitual em Cuba que foi escolhida porque "pertence a todo o mundo", disse na época o ministro-chefe da missão, Carlos Manuel de Gramados Quesada.
Em 1923, o edifício foi elevado à categoria de embaixada e desde então recebeu vários presidentes cubanos em visita aos Estados Unidos, inclusive Fidel Castro em abril de 1959.
A embaixada fechou suas portas em janeiro de 1961, após a ruptura de relações diplomáticas entre os países, e o prédio ficou vazio, embora protegido pelo governo da então Tchecoslováquia, escolhida por Cuba para representar seus interesses nos EUA.
Em 1977, EUA e Cuba chegaram a um acordo para abrir seções de interesses que dariam uma presença diplomática limitada nas respectivas capitais, e o governo cubano reabriu a mansão na rua 16.
Desde então, o governo suíço foi o responsável técnico da seção cubana, cuja representação é muito inferior a dos EUA em Havana - oito diplomatas cubanos frente aos 50 americanos - e nos dois casos há notáveis restrições de movimento, que serão suavizadas depois da reabertura das embaixadas.
Os sete chefes que o Escritório de Interesses cubano teve em Washington viveram momentos de tensão política, como a progressiva intensificação do embargo econômico à ilha desde 1980, a chamada "crise dos balseiros" em 1994, a disputa em 1999 sobre o destino do "menino náufrago" cubano Elián González.
A seção cubana suportou inclusive duas tentativas de atentado em seu edifício, em 1978 e 1979, que não causaram grandes danos e que foram atribuídos a grupos anticastristas radicais.
Também não faltaram estragos econômicos: em março de 2014, Cuba perdeu sua relação financeira com o banco M&T, e esteve mais de um ano sem uma nova entidade para realizar suas operações nos EUA, até que em maio assinou um contrato com a entidade Stonegate, da Flórida.
A recusa de dezenas de bancos nos EUA em negociar com o governo cubano por temerem as sanções obrigou o Escritório de Interesses a guardar todo seu dinheiro e reduzir ao mínimo seus serviços consulares.
A futura embaixada cubana é coroada por uma enorme cúpula com vitrais e possui um pequeno bar, batizado em homenagem ao célebre escritor americano Ernest Hemingway, que morou em Cuba, e que abre somente em ocasiões especiais.

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